Após revolta de bolsonaristas, Valdemar diz que 'nunca houve planejamento' de golpe
15/09/2025
(Foto: Reprodução) Andréia Sadi: aliados veem Centrão rifando Bolsonaro
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse nesta segunda-feira (15) que "nunca houve planejamento de golpe" de Estado.
No sábado (13), ele disse e "houve um planejamento de golpe" e que o "Supremo decidiu e temos que respeitar" ao falar sobre a condenação de Jair Bolsonaro (PL).
A nova declaração acontece após ele ter sido pressionado pela ala mais radical do bolsonarismo. A fala original foi vista como um sinal de que o Centrão, liderado por Valdemar, estaria abandonando Bolsonaro para acelerar a escolha de um novo candidato para 2026, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
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A primeira declaração de Valdemar caiu como uma bomba entre os bolsonaristas, principalmente pelo contexto em que foi dada: um evento do partido que reuniu presidenciáveis cotados como alternativas a Jair Bolsonaro em 2026.
Estavam presentes os governadores Ronaldo Caiado (União-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Júnior (PSD-PR), além dos presidentes do PSD, Gilberto Kassab, e do PP, Ciro Nogueira.
Valdemar Costa Neto: 'Houve planejamento de golpe, mas não crime'
A ala bolsonarista reagiu ao comentário de Valdemar:
"Como eu digo: não estamos nesta m*** de dar gosto à toa", escreveu Paulo Figueiredo, braço-direito de Eduardo Bolsonaro (PL) na articulação por sanções dos Estados Unidos ao Brasil por conta do julgamento do ex-presidente.
"Não foi por falta de aviso", respondeu o deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP), ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro.
Também ex-ministro de Bolsonaro e advogado do ex-presidente, Fabio Wajngarten questionou a afirmação de Valdemar de que houve planejamento do golpe. "Não é possível mais ouvirmos e nos calarmos. Chega."
Depois da polêmica, Valdemar disse: "o que eu quis dizer é que existia uma minuta, todo mundo sabia da minuta, mas nunca se discutiu golpe", afirmou. Ele negou que o PL tenha desistido da anistia e disse que o partido seguirá "até o fim" na defesa de Bolsonaro.
Para aliados do ex-presidente, o episódio deixou claro o movimento do Centrão para isolar Bolsonaro e assumir o controle da agenda da direita, pavimentando o caminho para um candidato mais "palatável" em 2026.
Após repercussão negativa, Valdemar enviou uma resposta ao blog, dizendo que sua fala durante o evento foi mal interpretada e que sua declaração foi dita em um tom que ele chamou de condicionante.
" Se tivesse, imagine que tivesse, vamos supor que… Foi no campo do imaginário. E está claro: nunca houve planejamento, muito menos tentativa. O próprio ministro do Supremo, Luiz Fux, confirmou isso".
"O que importa deixar claro é que não houve golpe. O presidente Bolsonaro sempre afirmou que não aceitaria nada fora da Constituição. Ele recuou de qualquer ideia nesse sentido e conduziu a transição de forma democrática. Esse é o fato!", disse.