Rima Santarém 2025 reafirma o Hip Hop como força de resistência, arte e transformação; veja a programação
14/10/2025
(Foto: Reprodução) Rima Santarém 2025 terá batalha de MCs no dia 18 de outubro
Divulgação
O Rima Santarém 2025 chega à sua terceira edição reafirmando a potência do Hip Hop como expressão de identidade, resistência e transformação social. Com o tema “Edição 093”, em referência ao DDD da região, o evento ganha formato independente e amplia sua atuação para além de Santarém, alcançando também as cidades de Aveiro, Monte Alegre e Itaituba. Nessas cidades serão realizadas seletivas que definirão os MCs representantes de cada território na grande final, marcada para o sábado (18), na Praça entre o TFT e o Trevo da Calcinha.
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O projeto é aprovado no Edital Criação da Lei de Incentivo Aldir Blanc, promovido pelo Governo do Estado do Pará, o que reforça seu reconhecimento como uma iniciativa cultural relevante e transformadora dentro da cena amazônica.
Mais que uma competição, o Rima é um movimento cultural que abre espaço para que jovens das periferias amazônicas encontrem na arte uma forma de pertencimento e novas possibilidades de futuro. O projeto tem como missão oferecer oportunidades e visibilidade a artistas que, muitas vezes, enfrentam contextos de exclusão, reafirmando que é possível viver da arte e transformar realidades através dela.
“O Rima representa expansão. Expansão de quem eu sou enquanto produtora cultural e daquilo que acredito sobre viver da arte. É sobre criar oportunidades para uma galera que é muitas vezes excluída, sobre dar visibilidade, sobre mostrar que esses artistas não são marginais — eles são potentes, criativos e têm muito a dizer. Cada edição me emociona porque me faz entender que posso, sim, fazer algo pelo outro”, destaca Kau Silva, coordenadora do projeto.
Kau Silva fala sobre o Rima Santarém 2025
Programação e Expansão Regional
Em Santarém, cinco seletivas locais garantiram a diversidade de estilos e narrativas: Batalha da SS, Batalha do Operário, Batalha da Trincheira, Batalha da Quebra e a Seletiva de Cotas Afirmativas, voltada exclusivamente a mulheres, pessoas LGBTQIAPN+, quilombolas, ribeirinhos e indígenas. Oito MCs classificados nessas etapas disputam a grande final, que premiará os vencedores em dinheiro.
A programação também valoriza a dança, o diálogo e a formação cultural. No dia 16 de outubro, o evento abre com uma Oficina de Danças Urbanas, ministrada por Hian Maniva, bailarino e coreógrafo.
No dia 17, acontece uma Roda de Conversa/Workshop “Os desafios da Cena do Hip Hop na Amazônia”, no Teatro Victória, reunindo Daniel Noel (Cufa Pará), Priscila Castro (Secretaria de Cultura), Raphael Ribeiro (Comitê de Cultura), Hyan Maniva (bailarino e coreógrafo), Kaipora (MC/Rapper/produtora), Kau Silva(Idealizadora do Rima Santarém) e Mão no Bolso MC (campeão estadual do Duelo de MCs 2024).
No sábado, 18 de outubro, a energia toma conta da Praça do Mascotinho, com DJ Allana, batalhas de Allstyle, apresentações musicais, dança, desafios e a Batalha de Rima, evento principal da noite. O evento será transmitido ao vivo pelo canal oficial no YouTube, ampliando o alcance do movimento e permitindo que o público acompanhe de qualquer lugar.
Arte, Acessibilidade e Pertencimento
O Rima Santarém se consolida como um projeto que valoriza a arte da periferia e defende a acessibilidade e inclusão em todas as etapas. A organização busca criar ambientes abertos e plurais, garantindo a participação de todos os públicos e fortalecendo um Hip Hop amazônico diverso e representativo. A equipe do evento é majoritariamente formada por mulheres, pessoas negras, PcDs e LGBTQIAPN+, refletindo o compromisso do projeto com a equidade e a representatividade.
MCs mostram criatividade na batalha de rimas
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Segundo Kau, o evento é também um símbolo de superação e de futuro: “Esse ano passamos no MiCBR, e vamos levar o Rima para tentar atrair investidores e tornar o evento ainda maior. A cada edição, eu vejo artistas que antes se sentiam invisíveis agora sendo reconhecidos. Isso me move. As oportunidades que eu não tive, hoje consigo criar para os outros”, afirmou.
Com ações que unem arte, empatia e protagonismo social, o Rima Santarém 2025 reafirma a força do Hip Hop como movimento vivo na Amazônia — uma voz coletiva que transforma a dor em poesia, o ritmo em resistência e o talento em futuro.
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